Caminho - Por trás dos confetes
foto original
fotocópia
queria fazer algum auto-retrato que ligasse boas lembranças e me guardasse, como eu fui, como eu sou, junto com elas. para isso, eu visto minha capa de confetes para ficar guardada ali num pedaço da memória que me fala de serpentinas e chão melado. e fazer com que notícias e pensamentos tortuosos errem o caminho e deixem que eu pule (e crie) meu carnaval em paz.
a idéia do tema foi retirada de uma música do zé ramalho e a atmosfera do meu trabalho de um trecho dessa música que diz: "Há meros devaneios tolos/ A me torturar/ Fotografias recortadas/ Em jornais de folhas/ Amiúde!/ Eu vou te jogar/ Num pano de guardar confetes"
lanço a pergunta: existe mesmo a expressão pano de guardar confetes? alguém já ouviu?
Mudança de layout
Mais um tema!
Essa rodada vale até dia 13/12.
Sigamos!
Bordado
Escolha
Arte é escolha. Toda escolha relacionada ao objeto exposto ganha contornos de obra de arte? Curadoria é arte? O ato de unir os elementos para a construção de um conjunto homogêneo sob um tema comum usa os mesmos mecanismos que um artista ao unir elementos para sua obra?
Grupo (Revelação)
Pensei muito sobre o que publicar aqui, já que minha primeira proposta foi para o espaço depois de muitas tentativas infrutíferas. Optei por duas fotografias feitas uns dois anos atrás e que por ajuda do meu laboratório tem textura e cor próprias. De qualquer forma acho que a escolha dessas fotografias é muito mais feliz do que a primeira idéia.
Sim, no escuro todas as cores são iguais, todas concordam. Mas ao mesmo tempo, concordar no escuro é realmente fácil, você pode se esconder e fazer acordos, esquecer sua identidade e ser mais um. As cores não concordam, elas se escondem e ao fazer isso se misturam e esquecem sua própria identidade, tornando-se um único personagem plano.
notre dame
the features of a king even in the knocker on a door."
Victor Hugo
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Inspiração
Imagens incriveis do trabalho de Maurizio Anzeri que eu estou usando como referencia para elaborar o projeto.
Cores no porco
Faz tempo que comprei algumas bisnagas de tinta acrílica, mas pouco usei: uma aguada aqui, outro estrago acolá. Não tenho abilidades com tintas, mas gosto muito do tom "feito a mão" que vejo no trabalho de alguns artistas.
Peguei uma revista usada, rasguei uma folha e chapei de preto com um pouco de água. Apliquei o ocre no centro e o contorno em vermelho.
Ficou tosco. Muito tosco.
Cores no escuro
alguns trabalhos de mark rothko:
black on dark sienna on purple, 1960
no. 9 (dark over light earth/violet and yellow in rose), 1954
red and brown, 1957
alguns trabalhos do studio do olafur eliasson:
beauty, 1993
yellow fog, 1998-2008
round rainbow, 2005
your making things explicit, 2009
colour square sphere, 2007
Novo tema
Francis Bacon: Essays: 'Of unity in religion'
Vamos para mais uma rodada.
aCaixa>Caixa
Mottainai
"Mottainai é uma mensagem do Japão para o Mundo. Mottainai é uma forma de dizer obrigado a alguém que te ajudou. Mottainai é o sentimento de saudade de coisas que foram perdidas. Mottainai é uma pequena bondade que por vezes perde para o Mendokusai (tarefas chatas). Reduzir, Reutilizar, Reciclar + Respeitar. Este é o 3R+R que conceitua o Mottainai"
Mottainai Campaing
...
Um tecido já usado, recortado em pedaços irregulares. Cada lâmina de feltro representa um recorte da história que outrora era contada por outro objeto. E essas lâminas irregulares formam caixas. Caixas que podem conter pequenas recordações, emoções, objetos e histórias. Um objeto transformado utilizando-se materiais já carregados de significado.
99
99 pequenas caixas com uma surpresa dentro
Tudo começou quando estava lendo a biografia do Duchamp e achei o “Com barulho secreto, [With hidden noise] 1916”. Esse é um dos primeiros readymades de Duchamp e consiste em um novelo de barbante entre duas placas metálicas seguras por quatro parafusos. Após terminar o objeto, ele pediu que um amigo* que colocasse um objeto dentro do novelo. É esse objeto que faz o barulho secreto já que nem o artista sabia o que era. As placas também têm algumas inscrições que formam um jogo de palavras incompletas em inglês e francês.
A idéia do 99 é a construção das 99 caixas de papel com surpresas dentro que seriam objetos comuns. Essas caixinhas seriam então fechadas e utilizadas na instalação-performance. Levá-las para passear pela cidade e acompanhar alguém. Durante sua rotina os carregadores abrem diversas das caixas e passam a levar o conteúdo grudado ao corpo.
E você me pergunta e daí?
Não estou entrando aqui no quesito do humor ou dos jogos, nem do simples objeto e estranhamento causado por alguém que os carrega por aí. As caixas estão inseridas nessa rotina como uma lembrança.
Elas fazem o papel das surpresas que encontramos. As instabilidades e os acasos que uma vez descobertos e conhecidos nos acompanham. 99 pequenas caixas com uma surpresa dentro é sobre instabilidade, acaso, possibilidades e vida. O que e como fazemos com o que encontramos no nosso cotidiano e as muitas possibilidades existentes.
Como:
A primeira idéia era apresentar as caixas fechadas em diversas posições formando objetos escultóricos** que seriam fotografados em diversos lugares. Houve também a idéia de colocá-las alinhadinhas como blocos de edifícios soviéticos. Mas isso foi logo descartado devido à falta de ligação com o caos cotidiano. O material das caixinhas é uma coisa ainda não resolvida, estou entre papel Paraná de gramatura baixa ou papel Kraft de gramatura alta. Embora eu goste mais da cor do Paraná por causa do aspecto de inacabado e de ficar longe da lembrança de caixas de papelão.
As surpresas ainda não foram escolhidas.
Não haverá um tamanho padrão, o que, acho, dará ainda mais ênfase à idéia de possibilidade e escolha dentro do acaso.
Realização e documentação:
Gostaria de já ter alguma coisa para apresentar, mas não tenho. Por enquanto só uma ilustraçãozinha. Estou pensando em documentar com foto e vídeo (mostra mais as interações).
*Walter Arensberg que acabou sendo o maior colecionador de obras de Duchamp e um dos grandes colecionadores de arte moderna.
**Achei escultural muito estranho, não que escultórico seja tão melhor.
tantas ideias
não ter medo de criar e de mudar.
texto, foto, papel, tinta, tecido, web.
sem limitações além dos deadlines.
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Processo
Para o meu trabalho, estou relendo algumas coisas para chegar em algo com algum sentido. Então, para todos deixo essa definição de arte da Barbara Kruger: "Fazer arte é materializar sua experiência e percepção sobre o mundo, transformando o fluxo de momentos em alguma coisa visual, textual ou musical. Arte cria um tipo de comentário".
E sigamos com os trabalhos.
{Leonardo, essa ilustração já é seu projeto final?}