Cores no porco


Faz tempo que comprei algumas bisnagas de tinta acrílica, mas pouco usei: uma aguada aqui, outro estrago acolá. Não tenho abilidades com tintas, mas gosto muito do tom "feito a mão" que vejo no trabalho de alguns artistas. 

Peguei uma revista usada, rasguei uma folha e chapei de preto com um pouco de água. Apliquei o ocre no centro e o contorno em vermelho.

Ficou tosco. Muito tosco. 

Cores no escuro

mark rothko e olafur eliasson.

alguns trabalhos de mark rothko:


black on dark sienna on purple, 1960


no. 9 (dark over light earth/violet and yellow in rose), 1954


red and brown, 1957

alguns trabalhos do studio do olafur eliasson:


beauty, 1993


yellow fog, 1998-2008


round rainbow, 2005


your making things explicit, 2009


colour square sphere, 2007

Novo tema

"All colors will agree in the dark." {Todas as cores concordam no escuro.}
Francis Bacon: Essays: 'Of unity in religion'

Vamos para mais uma rodada.

aCaixa>Caixa

encontramos coisas bem diferentes umas das outras nessa primeira rodada: instalação, performance, objeto prático, ilustração. foi bem diversificada a produção e acho que no fim dessa rodada podemos avaliar se o blog funcionou como uma desculpa para exercitar o que quisermos (funcionou para mim). além disso ver os outros trabalhos foi muito prazeroso. e os processos, hein?

Mottainai

"Mottainai é uma mensagem do Japão para o Mundo. Mottainai é uma forma de dizer obrigado a alguém que te ajudou. Mottainai é o sentimento de saudade de coisas que foram perdidas. Mottainai é uma pequena bondade que por vezes perde para o Mendokusai (tarefas chatas). Reduzir, Reutilizar, Reciclar + Respeitar. Este é o 3R+R que conceitua o Mottainai"
Mottainai Campaing

...

Um tecido já usado, recortado em pedaços irregulares. Cada lâmina de feltro representa um recorte da história que outrora era contada por outro objeto. E essas lâminas irregulares formam caixas. Caixas que podem conter pequenas recordações, emoções, objetos e histórias. Um objeto transformado utilizando-se materiais já carregados de significado.

...
Se pensarmos bem nós somos caixas. Carregamos inúmeros sentimentos, emoções, imagens, informações e referências. E esses são os pedaços irregulares que formam as nossas caixas. As vezes não sabemos o quanto conseguimos carregar. E outras vezes, precisamos nos reinventar. Mexer, procurar, organizar memórias, pensamentos e emoções.

99



99 pequenas caixas com uma surpresa dentro

Tudo começou quando estava lendo a biografia do Duchamp e achei o “Com barulho secreto, [With hidden noise] 1916”. Esse é um dos primeiros readymades de Duchamp e consiste em um novelo de barbante entre duas placas metálicas seguras por quatro parafusos. Após terminar o objeto, ele pediu que um amigo* que colocasse um objeto dentro do novelo. É esse objeto que faz o barulho secreto já que nem o artista sabia o que era. As placas também têm algumas inscrições que formam um jogo de palavras incompletas em inglês e francês.
A idéia do 99 é a construção das 99 caixas de papel com surpresas dentro que seriam objetos comuns. Essas caixinhas seriam então fechadas e utilizadas na instalação-performance. Levá-las para passear pela cidade e acompanhar alguém. Durante sua rotina os carregadores abrem diversas das caixas e passam a levar o conteúdo grudado ao corpo.
E você me pergunta e daí?
Não estou entrando aqui no quesito do humor ou dos jogos, nem do simples objeto e estranhamento causado por alguém que os carrega por aí. As caixas estão inseridas nessa rotina como uma lembrança.
Elas fazem o papel das surpresas que encontramos. As instabilidades e os acasos que uma vez descobertos e conhecidos nos acompanham. 99 pequenas caixas com uma surpresa dentro é sobre instabilidade, acaso, possibilidades e vida. O que e como fazemos com o que encontramos no nosso cotidiano e as muitas possibilidades existentes.

Como:
A primeira idéia era apresentar as caixas fechadas em diversas posições formando objetos escultóricos** que seriam fotografados em diversos lugares. Houve também a idéia de colocá-las alinhadinhas como blocos de edifícios soviéticos. Mas isso foi logo descartado devido à falta de ligação com o caos cotidiano. O material das caixinhas é uma coisa ainda não resolvida, estou entre papel Paraná de gramatura baixa ou papel Kraft de gramatura alta. Embora eu goste mais da cor do Paraná por causa do aspecto de inacabado e de ficar longe da lembrança de caixas de papelão.
As surpresas ainda não foram escolhidas.
Não haverá um tamanho padrão, o que, acho, dará ainda mais ênfase à idéia de possibilidade e escolha dentro do acaso.

Realização e documentação:
Gostaria de já ter alguma coisa para apresentar, mas não tenho. Por enquanto só uma ilustraçãozinha. Estou pensando em documentar com foto e vídeo (mostra mais as interações).

*Walter Arensberg que acabou sendo o maior colecionador de obras de Duchamp e um dos grandes colecionadores de arte moderna.
**Achei escultural muito estranho, não que escultórico seja tão melhor.

le rouge et le noir

Les vraies passions sont égoïstes




















Stendhal


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tantas ideias

linguagens. explorar novas possibilidades.

não ter medo de criar e de mudar.

texto, foto, papel, tinta, tecido, web.

sem limitações além dos deadlines.

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Processo

Não sei se a idéia de documentar o processo de trabalho é possível durante o trabalho. ando pensando nisso. o quanto dessa experiência é notada naquela hora e não só depois de tudo terminado.

Para o meu trabalho, estou relendo algumas coisas para chegar em algo com algum sentido. Então, para todos deixo essa definição de arte da Barbara Kruger: "Fazer arte é materializar sua experiência e percepção sobre o mundo, transformando o fluxo de momentos em alguma coisa visual, textual ou musical. Arte cria um tipo de comentário".

E sigamos com os trabalhos.

{Leonardo, essa ilustração já é seu projeto final?}

Da caixa ao cubo


O nosso primeiro tema é caixa. E caixa me lembra cubo. E papelão. E cubos lembram cubos mágicos que são coloridos. E então pensei em origami, mas só porque eu ainda estou tentando fazer a Kawazaki rose. Depois pensei em caixas de origami, encontrei algumas não tão legais e no final eu achei esses incríveis cubos flexíveis do Naoki Yoshimoto (1971). Fazer este cubo é um desafio bem tentador. Vou tentar e depois conto o que eu consegui.
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