Ossos de borboleta
Desenho de letras, curvas, serifas, gotas, chanfros... tudo aquilo que fica invisível quando está bem feito. Letreiramento. Lettering. Letras bordadas, desenhadas, pintadas, cortadas, recortadas, dançantes. A forma sólida da escrita. É isso que me interessa. São os ossos de borboleta da língua.
De paso...
"Si quisiera regresar,
Ya no sabría hacia dónde,
Pregunto al jardinero,
Y el jardinero no me responde.
Hay gente que es de un lugar,
No es mi caso.
Yo estoy aquí, de paso." *

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eu sou o tudo e o nada
(...)
Por que você me pergunta?
Perguntas não vão lhe mostrar
Que eu sou feito da terra
Do fogo, da água e do ar...
Você me tem todo dia
Mas não sabe se é bom ou ruim
Mas saiba que eu estou em você
Mas você não está em mim...
(...)
Eu sou a mão do carrasco
Sou raso, largo, profundo...
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invisível

pertencer é poder desaparecer na multidão
frio nesse ambiente quente.
calor nesse ambiente frio.
o coração bate no meio de tudo.
na floresta, ouço a cidade.
na cidade, ouço o mar.
o vento não me leva.
a chuva me derrete.
sempre estou em outro lugar.
sempre onde não deveria estar.
{estava trabalhando em um projeto que juntava esses versos bobinhos. mas acabou que a idéia do projeto era muito ingênua. talvez consiga transformá-la em algo melhor para o futuro. mas por hora isso é o que tenho.}
Colecionar para pertencer

"(...) Mas colecionar é em si um fetiche muito peculiar que talvez seja mais bem compreendido como tentativa de fazer o tempo voltar. Pode ser também uma tentativa de desafiar a ameaça da mortalidade. Colecionar uma série de objetos é, pelo menos por um momento, ter imposto um sentido de ordem num universo que não tem nenhum.
Os objetos são nossa maneira de medir a passagem de nossas vidas. São o que usamos para nos definir, para sinalizar quem somos, e o que não somos. Ora são as jóias que assumem esse papel, ora são os móveis que usamos em nossas casas, ou os objetos pessoais que carregamos conosco, ou as roupas que usamos."
Deyan Sudjic em A linguagem das coisas.
Parque de diversões
Parque de diversões pode ser shopping, puteiro ou... parque de diversões.
(Resumo grosseiro dos estereótipos de prazer de mulher, homem e criança.)
(Resumo grosseiro dos estereótipos de prazer de mulher, homem e criança.)
matajuntas

Mata-junta: Peça de madeira serrada utilizada para encobrir frestas. Geralmente tem a expessura de 1cm e largura de 5 ou 7 cm.
matajuntas: livro de 8 páginas montado pelo leitor/espectador
faça o download da imagem e do modo de dobra do livro aqui.
(ma. dei. ra)
eu pensei em amostras de madeira, eu pensei em um monte de coisas e por uma associação maluca na minha cabeça eu me lembrei que as fotos da playgirl nos anos 1970 tinham essa relação forte com a natureza, com a representação do homem natural, do caçador, que depois do trabalho descansa no seu chalé de madeira. também lembrei desse vocabulário específico de carpinteiros e das ligações afetivas existentes no mundo. e como algumas situações na vida são mata-juntas, tapa-buracos. o problema (ou não) é que passado algum tempo, elas se aderem tanto às frestas que nem percebemos que essas estão lá.
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já faz algum tempo que quero fazer um livro desses que se forma a partir de uma folha apenas. como não tenho impressora e sou preguiçosa para levar a algum lado para imprimir, peço encarecidamente que alguém teste. minha idéia é imprimir em papel craft.
Monstros
Novo tema
"Eu simplesmente preciso de um pouco de água com açúcar/ Para me tranquilizar."
da letra de Calma! do Cidadão Instigado
da letra de Calma! do Cidadão Instigado
Sobre cicatrizes, camadas e duelos

Papel manteiga, grafite 6b e scanner
Tentativa de desenho sobre papel manteiga
A ideia

Quando eu vi qual era o tema novo não veio nenhuma idéia na minha cabeça. Absolutamente nada! Olhei rapidamente o texto de apoio, depois voltei e observei melhor a foto. O que mais me chamou a atenção foi o abotoamento da jaqueta. Como não conhecia August Sander fui olhar no google. Encontrei inúmeras fotografias de pessoas e fiquei com vontade de ver as fotografias antigas da minha família.
Ao olhar o album de casamento da minha mãe um vestido amarelo me chamou a atenção. Sabe quando você tem a impressão que já o viu antes? Fiquei pensando e encontrei um parecidíssimo numa coleção não muito antinga da Isabela Capeto. E então surgiu o meu projeto que consistiu basicamente em observar como pessoas que não tinham condições de consumir marcas e muitas vezes faziam as suas próprias roupas (família de costureiros dá nisso!) diluiam uma tendência ou uma informação de moda e como esta "vontade coletiva" é traduzida hoje em dia por grandes marcas. O resultado de tudo isso está nas imagens a seguir.
...
A foto acima (arquivo pessoal) foi uma das que eu encontrei enquanto revirava os albuns aqui em casa.
Apoio
Entire stories could be told about many of these photographs, they are asking for it, they are raw material for writers, material that is more stimulating and more productive than many a newspaper report.
Alfred Döblin em Faces, images, and their truth sobre as fotografias de August Sander
Alfred Döblin em Faces, images, and their truth sobre as fotografias de August Sander
Tá chovendo confete!
Tentativas

A primeira delas foi utilizar umas fotos que estavam em casa e que não deveriam ser reveladas. Tentei fazer um cartão que eu vi, que era todo perfurado, mas sem destacar os "confetes". Então, cada pessoa destacava aqueles que queria e construía um desenho. Não deu certo.





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